No enredo do espetáculo os três últimos descendentes da família Scaramouche viajando com o circo, até se depararem diante de mais uma apresentação onde encontram finalmente o público interessado em assistir seu espetáculo. Contudo, o que deveria ser motivo de alegria passa a ser seu maior desafio, pois, os artistas foram embora, devido as dificuldades financeiras e por não acreditarem mais no circo. Logo resta aos herdeiros realizar todos os números. Fica assim estabelecida a tragédia do palhaço, gatilho e motor do desenrolar do enredo que na tentativa da hipérbole resultam no fracasso, para o riso do público. Dessa forma os três irmãos circenses, transforma-se em mágicos, adestradores, bailarinos e tantos outros papéis do circo juntamente com anões carregadores e alguns poucos animais. A premissa de dificuldades traduz uma urgência de solução que estabelece uma relação direta com o público, não só em caráter de empatia, mas relacional, portanto, a quarta parede é quebrada e os personagens falam diretamente com o público durante todo o espetáculo. Este fato permite uma aproximação não só simbólica, mas factual e objetiva, cujo público acaba se manifestando e interagindo ao longo do espetáculo. Além disso, o espetáculo fala de amor pelo circo, pelas dificuldades e felicidades, pelo lúdico e pelo encantamento, pela magia, que só presencia quem é capaz de vivenciar o efêmero e viajar pelas pequenas e pueris poesias de um picadeiro.