Echos nasceu da vontade do Núcleo de Aéreos do Circo Girassol de seguir sua pesquisa em dança aérea abordando uma temática feminina. O seu objetivo foi realizar uma obra concebida a partir da estética da tanztheater aliada à técnica circense da acrobacia com o uso de equipamentos aéreos menos convencionais no circo. A apresentação conta em cena com as performances de 3 multiartistas de indiscutível experiência nas artes cênicas – Diego Stefani, Consuelo Vallandro, Débora Rodrigues, bem como com a produção do Circo Girassol. Há ainda a participação da professora de música na universidade Cristina Bertoni dos Santos (Kiti Santos), que compôs a trilha sonora original do espetáculo. Foi aberta ainda uma seleção para a contratação de uma profissional mulher para criação e operação de luz e de som, e Noara Fox foi selecionada.
A criação e direção cênico-coreográfica desta obra ficou por conta da coreógrafa Simone Rorato, artista de carreira internacional reconhecida pelo meio da dança que atua com esta forma de hibridismo há mais de 10 anos junto ao coletivo Núcleo de Aéreos, e sua inspiração se encontra na figura de Eco, ninfa oriunda da mitologia grega que foi condenada a perder o dom da eloquência que tinha, restando-lhe apenas o direito de repetir a última palavra de seu interlocutor. Echos procura, por meio de uma obra construída com olhar feminino sobre esta sociedade que com frequência relega à invisibilidade os atos de violência e silenciamento das mulheres, evocar uma mobilização social e um consequente processo de sensibilização para o tema.
O trabalho de criação teve como inspiração motriz para discutir a questão ainda latente da mulher na nossa sociedade a escuta de relatos junto à Casa Mirabal de acolhimento às mulheres que sofrem violência doméstica em Porto Alegre, para evocar uma mobilização social e um consequente processo de sensibilização para o tema. Assim, além de alimentar a reflexão social, propicia a estas mulheres a possibilidade de se enxergar e serem enxergadas, já que muitas são forçadas a abrir mão de tudo que têm e fazem para sobreviver, e acabam por sofrer um apagamento social, tendo de se afastar de todos os círculos em que convivem com outras pessoas.
Portifólio:
https://drive.google.com/drive/folders/1-NQvV981m5TctTmQDj7eI7CF013LQxi4?usp=sharing
