Persona
Arte André Valera, foto João Mattos

PERSONA é uma proposta de espetáculo que apresenta Autoimagem e Macho Homem Frágil, as duas últimas obras coreográficas da artista e diretora Eva Schul. PERSONA estreou, ainda de forma virtual, em 2022, a partir de uma live no canal Carne Digital, seguida de roda de conversa com a diretora e os bailarinos criadores Eduardo Severino, Geórgia Macedo e Viviane Lencina. O projeto PERSONA propõe voltar pela primeira vez neste formato estreado virtualmente. Nessa encenação sem intervalo, os bailarinos, explorando o conceito de persona, apresentam as duas obras e criam uma transição entre elas, performando desde outra perspectiva: a presencial. Nesse encontro, buscam provocar e quebrar não só a dualidade "uma pessoa para uma imagem", mas também a que é estabelecida entre "público e cena". Assim, os três bailarinos carregam espelhos no hall de entrada e conduzem o público, que segue suas imagens. Os espelhos são dispostos não só no palco, mas no espaço, de modo que o público também vê a si como parte da obra. Autoimagem é a primeira obra apresentada, de modo que uma transição acontece para o início de Macho Homem Frágil. Os intérpretes, distorcem reflexos entre si, modificam a posição dos objetos cênicos dispostos no espaço, provocando o público e criando mais uma camada de significado entre as obras.

AUTOIMAGEM

O espelho, enquanto um processo de duplicação, é sempre um meio para encontro consigo mesmo, mas também lugar de sedução de mistério, de fragmentação do sujeito. Local de fechamento, abertura, ruído, silêncio, sombra. De contemplação e perdição. AUTOIMAGEM traz como tema as distorções que fazemos de nós mesmos. Inspirado pelo conceito de autoimagem, que carrega também o nome da montagem, o espetáculo tem a ideia de espelho enquanto não imagem, mas enquanto construção de subjetividades.

 

MACHO HOMEM FRÁGIL

Este trabalho desmistifica fronteiras geográficas, culturais e de gênero, abordando questões atuais e desnudando confrontos individuais e sociais do homem. Traz para cena fragilidades e frustrações, (in)corporando suas próprias histórias de violência e fragilidade, de desejo feroz e dúvida cruel, de alegrias e esperanças triviais, em um campo de batalha entre o animal e o racional. O trabalho instiga a plateia a refletir sobre este homem, macho brasileiro/latino-americano/gauchesco, o sentido animal ferido e suas diferentes reações, transitando entre linguagens diversas e borrando limites, dialogando com as diversas facetas de masculinidade.