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O Festival de Avignon, que terminou no final de julho no sul da França, deu a dimensão de como as artes cênicas podem movimentar diversos setores de uma cidade. Estiveram coabitando o mesmo espaço duas diferentes formas de produção. Uma diz respeito aos espetáculos da programação oficial, na qual se apresentaram grandes produções, em boa parte delas subsidiadas pelo Estado. De outro lado, na programação chamada de Avignon OFF, temos as montagens independentes, em sua grande maioria levadas por pequenas trupes teatrais que financiam sua produção, estadia e aluguel de espaços em Avignon. No OFF, predominam companhias europeias, apresentando montagens de produção simples, geralmente solos. O OFF, entretanto, vem atraindo cada vez mais companhias estrangeiras. O Festival de Avignon é considerado uma vitrine das artes cênicas, e vários países investem para garantir a presença de seus artistas especialmente na programação OFF. Este ano, destacaram-se Bélgica e Suíça, que trouxeram 38 e 34 espetáculos, respectivamente. No total, 23 países estão representados na programação OFF, contabilizando-se 1480 espetáculos. Destaque para a presença de companhias asiáticas: 14 montagens da China, cinco de Taiwan, duas do Japão, uma da Coreia do Sul e uma de Hong Kong. Dentro da cidade medieval, somam-se 127 espaços que serviram para as apresentações das companhias, destaque para os espaços Manufacture e o Théâtre des Doms, que geralmente acolhem espetáculos com caráter mais de pesquisa e experimental. O caprichado catálogo da programação OFF permite ao espectador identificar e escolher os espetáculos por estilos ou mesmo por línguas.
Cartazes espalhados pela cidade e abordagens realizadas pelos próprios atores trajando seus respectivos figurinos dão o tom do festival. O corpo a corpo ainda é a melhor propaganda em Avignon. A variedade de estilos e a quantidade de espetáculos dificulta a escolha do que assistir, mas sempre é possível achar espetáculos que poderão fazer carreira internacional depois de uma apresentação por lá ou até mesmo artistas já consagrados como o coreógrafo Dave St-Pierre. O Brasil não estava representado no OFF 2017. A mais recente participação brasileira no festival foi em 2014: na programação oficial, o país foi representado pelo Teatro da Vertigem com “Dizer aquilo que não pensamos em línguas que não falamos”; na programação OFF, o Brasil teve cinco montagens em cartaz. Os espetáculos selecionados foram “O Dia que Sam Morreu” (Cia. Armazém de Teatro/RJ), “A Tecelã” (Cia Caixa do Elefante/RS), “O Sapato do Meu Tio” (Cia do Meu Tio/BA), “Bill Dog” (Guilherme Leme dirige Gustavo Rodrigues/RJ) e “O Duelo” (Cia. Mundana/SP). Para custear a ida desses grupos ao festival, o Ministério da Cultura (MinC), através de sua embaixada do Brasil em Paris, investiu o total de R$ 850 mil - o restante dos gastos da viagem foram bancados pelos grupos. Sergio Saboya, diretor do Cena Brasil Internacional, foi o responsável pela escolha dos trabalhos participantes. Para 2018, Saboya planeja a criação da Casa Brasil em Avignon. O objetivo é não apenas facilitar a presença de espetáculos nacionais na programação do festival, mas também divulgar a nova dramaturgia brasileira promovendo leituras dramatizadas no espaço, que também abrigaria atividades ligadas à culinária e à música, entre outras ações.
A viagem do AGORA a Avignon e a Frankfurt foi viabilizada pela parceria do site com o Goethe-Institut Porto Alegre (GI) e a Aliança Francesa de Porto Alegre (AF), custeada parcialmente via projeto da AF financiado pela Lei Rouanet.
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